top of page
Buscar

Guardiões da Galáxia Vol. 3 é uma Obra-prima do cinema de super-heróis | Crítica

  • André Keusseyan
  • 14 de mai. de 2023
  • 5 min de leitura

Atualizado: 25 de jan.

James Gunn se despede da Marvel com um filme épico e emocionante que faz jus a seus heróis




Os Guardiões da Galáxia entram em ação

Quando a Marvel anunciou a produção de Guardiões da Galáxia, ninguém esperava que o filme se tornasse um dos maiores sucessos do estúdio. Unindo o melhor do cinema de super-herói com ficção científica, o longa expandiu as fronteiras cósmicas do MCU, apresentando personagens carismáticos em uma jornada repleta de ação, humor e acima de tudo emoção. Quase dez anos depois, a franquia que conta com vários longas e um especial de natal, chega ao fim com Guardiões da Galáxia Vol. 3, um filme épico e comovente que marca a despedida da equipe de forma triunfal.


De volta como roteirista e diretor, James Gunn tinha como principal obstáculo, manter a essência dos filmes anteriores, mas sem soar repetitivo. Na trama, após um ataque a seu novo Quartel General em Luganenhum, Rocket (Bradley Cooper) fica entre a vida e a morte, o que leva os guardiões a unirem forças para salvar o amigo. O objetivo os coloca em rota de colisão como o Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji), um cientista megalomaníaco que possui uma forte ligação como o passado do guaxinim.


A partir este momento o filme se divide em duas linhas narrativas. Uma no tempo atual, acompanhando a jornada dos guardiões, e outra no passado, explorando as origens de Rocket. Durante toda a sequencia de flashbacks, Gunn usa toda sua habilidade como diretor e roteirista para falar sobre maus tratos e criticar o uso de animais em experimentos científicos. Criado como cobaia pelo Alto Evolucionário, Rocket foi montado e desmontado repetidas vezes até deixar de ser um simples filhote de guaxinim para se tornar um ser antropomórfico altamente inteligente e habilidoso, algo apenas pincelado durante os longas anteriores. Pesadas para os padrões da Marvel, as cenas em que o personagem aparece sofrendo são capazes de levar às lágrimas até o mais durão dos fãs. Toda essa emoção se dá devido à alta qualidade dos efeitos especiais, que fazem animais criados por computador beirarem o realismo, e também pela brilhante atuação de Chukwudi Iwuji. Seu Alto Evolucionário é “detestável”, e a tensão é palpável sempre que o personagem entra em cena. Cruel e explosivo, o vilão foge da tendência de apresentar figuras malignas com origens tristes ou objetivos “nobres, porém controversos” e surge simplesmente como um cientista egocêntrico que, brincando de Deus, busca criar a “sociedade perfeita”. Certamente, o vilão entra instantaneamente para o panteão de melhores vilões do Universo Marvel. Mas nem tudo é sobre dor e sofrimento. Um dos momentos mais emocionante do filme é ver o pequeno guaxinim cheio de esperança, sonhando com o dia em que construirá máquinas voadoras que levarão ele e seus amigos em direção ao infinito e lindo céu. Sonho que acaba se concretizando junto dos Guardiões.


Jovem Rocket Raccoon olhando amedrontado

Apesar do grande foco em Rocket, os demais Guardiões não são esquecidos. Gunn usa muito bem as quase duas horas e meia de filme para mostrar o quanto cada um de seus personagens amadureceu. Peter Quill, O Senhor das Estrelas (Chris Pratt) continua o mesmo fanfarão de sempre, mas se firmou como o grande capitão dos Guardiões, tornando-se um líder respeitado não só pelo grupo, mas por todos os moradores de Luganenhum. O mesmo vale para Nebulosa (Karen Gillan), a ex-vilã assume aqui um papel quase como uma co-capitã, concluindo com excelência um dos melhores arcos de personagem do MCU. Já Groot (Vin Diesel), Drax (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff), não abandonam o alívio cômico, mas desenvolvem novas facetas, mostrando a qualidade dos atores, (principalmente Bautista e Klementieff) em situações mais dramáticas. Até mesmo Gamora (Zoe Saldana) apresenta uma nova e complexa personalidade que, devido aos eventos de Vingadores Guerra Infinita (2018) e Vingadores Ultimato (2019), poderia facilmente cair em repetição.


Se algo fica devendo no filme com certeza é a participação de Adam Warlock. Muito aguardado desde que foi anunciado na cena pós-créditos do segundo filme, o personagem, interpretado pelo ótimo Will Poulter, enfim faz sua estreia no Universo Marvel, mas sua função na trama soa um pouco forçada. Apesar de chegar mostrando toda sua força, o personagem vai perdendo importância conforme a história avança, entrando e saindo do filme quando o roteiro pede. Porém nada disso é capaz de tirar o brilho de Guardiões da Galáxia Vol. 3, que mesmo em seu ponto mais fraco, ainda encontra qualidades. Por ter acabado de nascer, Adam pouco sabe sobre o universo, sendo praticamente uma criança num corpo de um adulto muito poderoso. Mesmo com pouco tempo de tela, a ingenuidade de Adam cativa o público, é divertido ver o personagem descobrindo os limites da própria força, e se maravilhando com algo tão simples quanto um “pet espacial”.


A trilha sonora de Guardiões da Galáxia sempre foi ponto de destaque desde a primeira cena do primeiro filme. Diferente de produções que inserem músicas pop apenas para sonorizar suas cenas, ou conquistar o espectador pela nostalgia, tornando o filme um enorme vídeo clipe (sim, me refiro a Esquadrão Suicida de 2016), James Gunn sabe colocar cada música no momento certo. Quase como um personagem de luxo, a música faz parte da narrativa, dando o tom da história.


Peter Quill e Gamora encaram o perigo, junto de um novo amigo

O filme marca não só a despedida da equipe, mas também é o adeus de James Gunn à Marvel. Por isso, o diretor coloca todo seu coração em cada cena, criando momentos de emoção genuína. O público ri, chora e fica apreensivo a todo o momento, uma vez que, por se tratar da despedida do grupo, cada deslize pode ser fatal. Gunn encerra sua passagem pelo MCU entregando aos fãs, possivelmente a melhor trilogia da “Casa das Ideias”. O diretor parte rumo a um novo desafio, agora na concorrente, assumindo o papel de Diretor Criativo do novo DC Studios, uma espécie de “Kevin Feige da DC”.


Diz-se no futebol que não há nada melhor do que uma vitória convincente para acalmar uma crise. Após o frustrante Homem Formiga e a Vespa: Quantumania, a Marvel vem passando por um processo de mudança a fim de colocar a casa em ordem. Guardiões da Galáxia Vol. 3 é, portanto a vitória que veio no momento certo. Acalma os fãs e mostra que a “Gigante do Entretenimento” ainda é digna da confiança depositada. É curioso pensar que o primeiro Guardiões desempenhou o mesmo papel quase dez anos atrás, conquistando o público após as fracas recepções de Homem de Ferro 3 e Thor: Mundo Sombrio.


Guardiões da Galáxia Vol. 3 é uma obra-prima do cinema de super-herói. Uma experiência memorável que ameniza a tristeza do adeus. Ao menos para essa versão da equipe.

Fale conosco

Obrigado pelo contato

© 2023 - 5ª Série Quântica

bottom of page